quinta-feira, 26 de junho de 2014

Porque não me mereço.

Mas venho me esquivando de quem sou por tempo de mais, as vezes acredito que não é mais possível me reencontrar.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

das coisas que emputecem.

Não gosto que me tratem como criança, não sou criança faz no mínimo 15 anos. E quando discuto com alguém que me conhece desde pequena e sinto que me tratam como criança meu sarcasmo aflora, acabo sendo cruel e ferindo esse tipo de gente, sem remorsos. 
Hoje discuti política com um ex da minha irmã que é político, falei dos erros graves do governo e do descaso com pontos cruciais pra um crescimento sólido do país quanto nação e tive que ouvir que sou uma burguesa mimada bancada pela mãe.
Dera eu tudo isso fosse verdade, desbancando alguns argumentos desse ser humano babaca acabei por perceber que preciso fortalecer partes da minha personalidade e desestimular outras quando existe a necessidade de ser entendida e clara numa discussão. 
E me tira do sério gente que acha que discutir é brigar, não existe troca de ideias pra esse tipo de gente, existe a vontade de dobrar o ponto de vista alheio sem se quer entende-lo e ouvi-lo. 
E hoje dei a oportunidade do ouvir à alguém que só me empurrou um discurso pronto fadado ao fracasso, a sensação foi de perder tempo, mas agora de cabeça fria entendo que é um bom aprendizado para exergar o ponto de parar e ignorar certas pessoas, ser centrada e paciente e simplesmente deixar passar.
Difícil, muito difícil como todo meu sangue quente latino, mas segue o barco, vou aprender a sair de certos papos sem futuro. 
 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

O que acalma.



Quando parece tudo fora do encaixe sei que existe um lugar onde eu posso acalmar a cabeça, apesar de todo o desespero de viver sei que tenho pelo que lutar. Vidas são curtas e à contra gosto das películas e mídias,desgostosas, feitas de pequenos prazeres, que em maioria são egoístas. O picolé, o cigarro, a cerveja e o orgasmo são todos egoístas, você os engole, traga e sente sozinho, compartilhar o sentir é muito difícil. 

Minha nature desconfiada dificulta minha aproximação de pessoas novas, meus amigos são os mesmos desde que posso me lembrar, mas existe um impulso interno que grita por me doar. E a tudo que amo, me doo por completo, simplesmente não sei encontrar um meio, um equilíbrio, uma média quanto à isso. 

Kira está a 2200 km de distância, ela está sendo bem cuidada por amigos que a amam também e hoje no meio de documentos, bancos e contas a pagar era só ela que dominava minha cabeça, nessa distância toda ela está sem uma identificação e apesar de ser adestrada e meu consciente saber que ela não fugiria de casa, isso me inquietou de uma forma surreal.

Volto para casa em doze dias e a primeira coisa que fiz com vontade hoje foi procurar um lugar onde pudesse conseguir ao menos duas placas com meus dois números. A casa da minha mãe fica na z.norte, perto do Maracanã, onde mais cedo teve jogo da copa e todo comércio fecharia as portas ao meio dia por medo da polícia confrontando os manifestantes, contudo consegui as benditas plaquetas depois de resolver o que tinha planejado, duas delas com o nome da Kira em letras garrafais e meus telefones.

A tranquilidade que isso me deu é injustificável, ela ainda está sem as plaquetas, mas agora consciente e subconsciente estão em paz e por hora essas duas medalhinhas brilhantes ficarão no meu chaveiro, como um amuleto fazendo sentir-me mais perto de quem me dá tanta paz, alegria e esperança.

Eu tenho pelo que lutar com vontade de lutar, isso me torna de alguma forma feliz no meio de todas as outras coisas que sinto. 

terça-feira, 17 de junho de 2014

insatisfação

tenho vivido parada, parada no tempo que deveria fazer alguma coisa, e me sinto nadar contra numa corrente muito maior que meus braços possam conseguir vencer e me pergunto porque mesmo assim ainda não desisti. Nem eu sei a resposta, não sei porque estou aqui ou a que vim, são tantas dúvidas que tento não me prender mais a nenhuma questão.
Envolta em pessoas que amo mas não me estimulam em nada, sinto falta de conversas que me caibam, ideias que me abram a mente e pessoas que me atraiam. A sensação é que vivo num mundo do qual não pertenço, num corpo que não é meu e numa mente que não responde às minhas capacidades, é uma prisão total dos sentidos e desejos, uma privação contínua e latente.
E como uma velha prisioneira que conhece bem todas as pedras e fundações da própria cela, me acomodei nisso como uma invariável da vida que conheço.
E as vezes a angústia de estar nesse limbo assola a mente, faz o corpo tremer, as tripas darem voltas desconfortáveis por dentro, a insônia e a incapacidade me atinge como um soco seco e acertado na cara, dando uma prova do desconforto de estar viva.
E então eu não posso desistir, não posso voltar atrás, preciso acreditar, no que não sei, galgar alguma evolução.
E ser resistente a todas essas dores do 'não sentir' é ainda minha melhor qualidade.