Minha nature desconfiada dificulta minha aproximação de pessoas novas, meus amigos são os mesmos desde que posso me lembrar, mas existe um impulso interno que grita por me doar. E a tudo que amo, me doo por completo, simplesmente não sei encontrar um meio, um equilíbrio, uma média quanto à isso.
Kira está a 2200 km de distância, ela está sendo bem cuidada por amigos que a amam também e hoje no meio de documentos, bancos e contas a pagar era só ela que dominava minha cabeça, nessa distância toda ela está sem uma identificação e apesar de ser adestrada e meu consciente saber que ela não fugiria de casa, isso me inquietou de uma forma surreal.
Volto para casa em doze dias e a primeira coisa que fiz com vontade hoje foi procurar um lugar onde pudesse conseguir ao menos duas placas com meus dois números. A casa da minha mãe fica na z.norte, perto do Maracanã, onde mais cedo teve jogo da copa e todo comércio fecharia as portas ao meio dia por medo da polícia confrontando os manifestantes, contudo consegui as benditas plaquetas depois de resolver o que tinha planejado, duas delas com o nome da Kira em letras garrafais e meus telefones.
A tranquilidade que isso me deu é injustificável, ela ainda está sem as plaquetas, mas agora consciente e subconsciente estão em paz e por hora essas duas medalhinhas brilhantes ficarão no meu chaveiro, como um amuleto fazendo sentir-me mais perto de quem me dá tanta paz, alegria e esperança.
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