insatisfação
tenho vivido parada, parada no tempo que deveria fazer alguma coisa, e me sinto nadar contra numa corrente muito maior que meus braços possam conseguir vencer e me pergunto porque mesmo assim ainda não desisti. Nem eu sei a resposta, não sei porque estou aqui ou a que vim, são tantas dúvidas que tento não me prender mais a nenhuma questão.
Envolta em pessoas que amo mas não me estimulam em nada, sinto falta de conversas que me caibam, ideias que me abram a mente e pessoas que me atraiam. A sensação é que vivo num mundo do qual não pertenço, num corpo que não é meu e numa mente que não responde às minhas capacidades, é uma prisão total dos sentidos e desejos, uma privação contínua e latente.
E como uma velha prisioneira que conhece bem todas as pedras e fundações da própria cela, me acomodei nisso como uma invariável da vida que conheço.
E as vezes a angústia de estar nesse limbo assola a mente, faz o corpo tremer, as tripas darem voltas desconfortáveis por dentro, a insônia e a incapacidade me atinge como um soco seco e acertado na cara, dando uma prova do desconforto de estar viva.
E então eu não posso desistir, não posso voltar atrás, preciso acreditar, no que não sei, galgar alguma evolução.
E ser resistente a todas essas dores do 'não sentir' é ainda minha melhor qualidade.
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